Drowned: há 20 anos quebrando ossos
Por Welton Warheart

Os mineiros do Drowned são mais um exemplo de banda que sobreviveu às dificuldades do underground nacional, sendo uma das mais respeitadas do Death Metal Brasileiro. Bagagem com inúmeras turnês internacionais e uma formação consolidada com os integrantes: Beto Loureiro ( bateria) Fernando Lima ( Vocal), Rodrigo Nunes ( Baixo) , Marcos Amorim e Rafael Porto ( Guitarras), a banda lançou em fevereiro o seu primeiro trabalho ao vivo “ Damnmed Alive”. Vamos a um bate-papo com o guitarrista Marcos Amorim sobre os “Quebradores de ossos” (referência ao disco Bonegrinder - moedor de ossos..rs).
Rádio Rock Capital: A banda tem uma formação consolidada, mais de uma década com uma formação, considerando a estrada, diferenças entre personalidades e todos os desafios do underground brasileiro. Como é o processo de composição da banda?
Marcos Amorim: O processo de composição tem variado ao longo dos anos. Já fizemos jams e a partir delas saíram músicas, Já fizemos músicas individualmente, daí os demais só chegavam e pegavam a música, às vezes um arranjo ou outro coletivo, também já fizemos um mix desses métodos. Também fizemos muito ao longo dos anos músicas por meio de trocas de arquivos, até chegar numa composição que agradasse. Não diria que temos uma regra. O Bonegrinder e o Butchery Age foram mais para jams. O By the Grace já teve mais uma mistura de métodos, o 7th também etc.
Rádio Rock Capital: A banda possui 7 álbuns de estúdio um box e ao vivo “ Damned Alive, lançado em fevereiro. O trabalho foi muito bem avaliado pela mídia, inclusive recebendo uma ótima avaliação da Roadie Crew. Quais foram os shows utilizados para produção deste material? Como tem sido recebido este último trabalho ao vivo?
Marcos Amorim: "Damned Alive" foi gravado em 2 shows que fizemos em Belo Horizonte (MG). O primeiro deles na casa de show Mister Rock, o segundo no Stonehenge. O material foi colhido e depois trabalhada a mixagem. O show do Mister Rock foi uma espécie de Reunion, mas ainda não tínhamos pensado em sexteto. O show do Stonehenge foi a primeira aparição da banda neste formato. As músicas foram escolhidas tentando cobrir um pouco do que ficou de fora dos discos ao vivo anteriores (Butchery Age Live e By the Evil Alive), mas sem abrir mão de divulgar o material mais recente de estúdio, o 7th. A recepção foi boa, pessoal está gostando bastante desse ao vivo, que é bem honesto, preferimos trabalhar muito na mix do que fazer overdubs a rodo, então é um retrato do que é a banda ao vivo.
Rádio Rock Capital: “Damned Alive” está disponibilizado em todas as plataformas digitais, deezer, spotfy e disponibilizada por outros meios alternativos?
Marcos Amorim: Sim, o material está em todas as plataformas digitais, inclusive no Youtube, onde as pessoas podem ter acesso à toda discografia da banda, alguns até com bônus.

Rádio Rock Capital: A banda tem inúmeras turnês ao redor mundo, inclusive com passagens em grandes festivais a exemplo do grande W.O.A através da seletiva nacional “ Metal Batlle” de bandas para o festival. Como o mercado e fãs da Europa recebem o trabalho da banda?
Marcos Amorim: O que ocorre, mesmo você tocando fora e, às vezes, tendo uma boa resposta do público presente, por não vivermos o Underground no exterior, não temos uma gravadora fixa, não temos uma estrutura montada fora, não temos a consistência que gostaríamos. O público assimila bem o som, gosta etc., mas como antes de tudo é uma indústria, você precisa ter uma estrutura adequada para garantir que aqueles bons resultados não desapareçam rapidamente. Esta parte é algo que precisamos trabalhar melhor, mais parcerias, para fazer o nome não só estar presente, mas se consolidar.
Rádio Rock Capital: A banda já tem composições ou alguma previsão para o sucesso de “7Th” lançado em 2018?
Marcos Amorim: Já temos cerca de 5 músicas prontas neste momento da entrevista (julho de 2020), mas não estamos parados, mesmo com pandemia estamos produzindo. O método de composição, claro, é mais na troca de arquivos, desta vez até por motivo de força maior.
Rádio Rock Capital: Para concluirmos este bate-papo, como é de costume, gostaria que falassem sobre as influências diretas para banda, 3 discos essenciais e duas bandas nacionais que merecem muito destaque, segundo opinião da banda.
Marcos Amorim: Vamos lá, 3 discos essenciais, com influência direta sobre o Drowned. Entombed - Left Hand Path, Carcass - Heartwork e Death - Symbolic. Duas bandas nacionais que merecem muito destaque: vou citar duas porque é a pergunta, mas há muitas além. Cito Distraught e Expurgo
Rádio Rock Capital: Gostaríamos novamente de agradecer a oportunidade concedida pela banda, espero que possamos nos vermos na estrada em breve. Rock on!
Edição: Denise Cecília